Alguns erros parecem modernices, mas são discutidos há décadas, provando que algumas lutas pela não consagração pelo uso são combates de longa duração.
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Ad hoc
Significa «para isto» e não «ao acaso».
Já em 1974, explicava Rodrigo de Sá Nogueira no Dicionário de Erros e Problemas de Linguagem: «Muito corrente é o emprego desta expressão latina, mas geralmente com um sentido diferente do que ela realmente tem. À letra, Ad hoc significa “para isto”, e emprega-se em frases como: “arranjaram um juiz «ad hoc», isto é, apropriado para aquele fim. — O vulgo, porém, atribui a ad hoc o sentido de “ao acaso”».
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Alcorão
O nome do livro sagrado é «Alcorão» e não «Corão». Tal como o nome da região é «Algarve» e não «Garve».
Em 1943, escrevia Vasco Botelho de Amaral em A Bem da Língua: «[…] o livro sagrado da religião maometana se denomina alcorão. Ora, como o artigo árabe corresponde em tradução ao artigo português, há por aí algumas pessoas (até autores de livros de certa responsabilidade) que imaginam ser errado dizer o alcorão, e chamam antes (talvez por imitação do francês ou do espanhol) corão (sic!) ao livro sagrado dos Árabes. E raciocinam: o alcorão equivale a — o o corão, pois al = o. Tal imaginação é algo ridícula, visto que, se passarmos a substituir alcorão por corão, nesse caso a lógica mandará que, disparatadamente, chamemos finete ao alfinête, gibeira, à algibeira, mofada à almofada e assim por diante…».
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