Além de corrigir os erros ortográficos e gramaticais, a revisão também pode ajudar a simplificar um texto, a torná-lo mais claro. Segue-se um exemplo da revisão de um exercício de escrita criativa.
x
Original
João estaciona o carro em frente à porta do seu prédio. Maria corre para espreitar pela janela da sala e certificar-se de que é ele a chegar. Tem tempo. João dirige-se ao porta bagagens e começa a tirar vários sacos de supermercado.
Maria espreguiça-se, como que para preparar todo o seu corpo para o esforço que o espera, e encaminha-se lentamente para a porta de entrada do apartamento. Olha em volta e tenta perceber qual o melhor sítio para se colocar. Mesmo atrás da porta? Encolhida na ombreira que dá para a sala? Atrás do móvel da entrada? Na verdade, Maria vai precisar de ganhar algum impulso para o ataque. Talvez acocorar-se em cima do móvel da entrada seja a melhor opção.
Pela janela da sala entra demasiada luz. Maria terá de garantir um ataque rápido e certeiro, não pode correr as persianas ou os cortinados. Senta-se em cima do móvel da entrada e espera com os olhos pregados na porta e os ouvidos alerta. Ouve a porta do prédio a abrir-se e acocora-se. É agora! Ouve os passos de João a subir os degraus, cada vez mais nítidos, cada vez mais próximos. Ouve também o roçar dos sacos de plástico uns nos outros o que a deixa incomodada, odeia esse som. Ouve finalmente o inconfundível tilintar das chaves de João. Abana ligeiramente o corpo acocorado para se preparar para o ataque.
João coloca as chaves na fechadura, dá-lhes duas voltas e mal abre a porta é atacado por Maria que lhe salta para cima.
– Maria! Não! Maria! Não! – grita-lhe.
Maria salta para o chão e roça-se nas pernas de João a ronronar.
x
Revisto
João estaciona o carro em frente do seu prédio. Maria corre para espreitar pela janela da sala e se certificar de que é ele. Tem tempo. João dirige-se ao porta-bagagem e começa a tirar vários sacos de supermercado.
Maria espreguiça-se, como que para preparar todo o corpo para o esforço que o espera, e encaminha-se lentamente para a porta de entrada do apartamento. Olha em volta e tenta perceber qual o melhor sítio para se pôr. Atrás da porta? Encolhida na ombreira que dá para a sala? Atrás do móvel da entrada? Vai precisar de ganhar algum impulso para o ataque. Talvez acocorada em cima do móvel da entrada seja a melhor opção.
Pela janela da sala entra demasiada luz. Maria terá de garantir um ataque rápido e certeiro, não pode correr as persianas ou os cortinados. Senta-se em cima do móvel da entrada e espera com os olhos pregados na porta e os ouvidos alerta. Ouve a porta do prédio abrir-se e acocora-se. É agora! Ouve os passos de João subindo os degraus, cada vez mais nítidos, cada vez mais próximos. Ouve também o roçar dos sacos de plástico uns nos outros, o que a incomoda, odeia esse som. Ouve finalmente o inconfundível telintar das chaves de João. Abana ligeiramente o corpo acocorado, preparando-se para o ataque.
João coloca a chave na fechadura, dá-lhe duas voltas e mal abre a porta é atacado por Maria que lhe salta para cima.
— Maria! Não! Maria! Não! — grita-lhe.
Maria salta para o chão e roça-se nas pernas de João a ronronar.
x
Este exemplo é aqui publicado com a autorização da autora.
x
0 comentários